A alopecia areata é um tipo bem específico de queda de cabelo que se apresenta com áreas arredondadas sem cabelo e sem inflamação ou descamação. Pode haver de uma a várias lesões, sendo que também existe o tipo chamado ofiasica que compromete a área da nuca e também generalizada deixando a pessoa totalmente sem cabelos, sobrancelhas e pelos em todo corpo.
A alopecia areata não arde, não coça, não inflama, não descama e não contagia as pessoas. Trata-se de uma doença autoimune que compromete tanto homens como mulheres, crianças ou adultos. As doenças autoimunes ainda não são totalmente esclarecidas, mas o próprio organismo ataca suas estruturas provocando algum grau de inflamação e destruição. A alopecia areata pode ocorrer em qualquer pessoa, mas é mais frequente naquelas que tem parentes próximos com a doença mostrando a importância da genética na sua transmissão. O estresse intenso assim como doenças no organismo podem estar relacionas ao aparecimento da mesma.
O tratamento clássico da alopecia areata é feito com remédios à base de cortisona. Quando o quadro está aumentando rapidamente esse medicamento é dado via oral e em casos mais leves utilizam-se com pomadas e infiltração local com a mesma droga. Casos leves com poucas lesões respondem muito bem ao tratamento tópico e o cabelo pode voltar a crescer normalmente.
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Quando a alopecia é generalizada e progressiva, o tratamento é mais difícil até porque os corticoides têm efeitos colaterais importantes, como pressão alta, diabetes, aumento de pelos e inchaço generalizado.
Hoje começam a ser utilizadas novas medicamentos com nomes bem complicados, tofacitinibe, ruxolitinib e baricitinib. Essas drogas são de uma família de remédios chamada de inibidores da enzima, janus kinase. É um mecanismo de ação bastante complexo, mas com a inibição desta enzima específica, ocorre a inibição da inflamação autoimune e o cabelo para de cair e cresce novamente. Essa categoria de medicamento ainda não está oficialmente indicada para a alopecia areata e atualmente tem um custo alto que não é coberto pelo governo através do SUS. No entanto já existem várias publicações científicas que confirmam sua a ação efetiva para alopecia areata e dermatologistas especialistas em cabelo podem indicá-lo para o tratamento dessa doença.
A alopecia areata, quando generalizada compromete gravemente a autoestima do ser humano e, portanto, é muito importante o surgimento de drogas que possam ser efetivas e seguras para tratá-la.
Denise Steiner é dermatologista. Redes sociais: Site: http://denisesteiner.com.br/ Instagram: https://www.instagram.com/clinicadenise_steiner Facebook: https://www.facebook.com/ClinicaDeniseSteiner