Tecnicamente chamado de esteatose hepática, o acumulo de gordura do fígado pode estar relacionado à ingestão abusiva de álcool. A esse caso, chamaríamos de doença gordurosa alcoólica do fígado. Quando não há ingestão de bebidas alcoólicas em quantidades significativas, denominamos o caso como doença gordurosa não alcoólica do fígado. Ela indica a ocorrência de um armazenamento de gordura que ocorre no interior das células hepáticas – na medicina, os hepatócitos –, em diferentes graus.
Este quadro pode se desenvolver em qualquer pessoa, independentemente da faixa etária (inclusive em crianças). As causas mais importantes da “gordura no fígado” são: |
- Sedentarismo;
- Toxicidade por drogas ou medicações;
- Problemas com colesterol ou triglicerídeos (dislipidemias);
- Obesidade;
- Hepatites virais;
- Alcoolismo;
- Diabetes
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Na maioria das vezes, o diagnóstico da doença é feito a partir de um ultrassom de abdômen realizado durante exames de rotina, em um check up, ou por ocasião da investigação de outros problemas abdominais ou pélvicos.
Após o diagnóstico, sempre convém procurar um médico gastroenterologista ou hepatologista para investigar se a gordura está ou não afetando a integridade do fígado. Essa avaliação é feita por meio de exames de sangue e de imagem mais específicos como ressonância nuclear magnética ou elastografia (que avalia a rigidez do fígado) e, eventualmente, biópsia hepática. Apenas após uma avaliação completa pode-se afirmar se às condições do órgão trazem ou não riscos à saúde do paciente. |
Entretanto, quando existem indícios de lesão do fígado pela gordura, várias medidas devem ser tomadas para evitar o desenvolvimento de doença crônica, cirrose hepática e até mesmo câncer no fígado. Estas medidas envolvem a identificação e interrupção da causa, programação da dieta, atividades físicas e eventualmente uso de medicações.
Em pacientes obesos ou com sobrepeso, a perda de peso é fundamental como parte do tratamento e pode ser obtida com auxílio de acompanhamento endocrinológico e nutricional. A atividade física e o abandono do sedentarismo são muito importantes para a melhora da ação da insulina nas células do corpo e para a redução da resistência delas à ação deste hormônio.
Várias medicações utilizadas para tratamento de diabetes ou dislipidemias (presença em níveis elevados de lipídeos, celular de gordura, no sangue) são utilizadas com diversos graus de sucesso. A vitamina E, um agente antioxidante, também tem um papel protetor.
Tércio Genzini é hepatologista. Contatos E-mail: [email protected] Redes Sociais Facebook: https://www.facebook.com/consultoriodrterciogenzini/ |