Existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pâncreas. Entre eles, estão a obesidade, diabetes de longa data, sedentarismo, fumo, histórico da doença na família, pancreatites crônicas, pancreatites hereditárias, síndrome de Lynch, síndrome de Peutz-Jegher, fibrose cística, infecção por H. pylori e periodontites.
No entanto, seus sintomas iniciais não são específicos e, por isso, seu diagnóstico geralmente é tardio. Por conta disso, apenas 20% dos casos acabam sendo passíveis de tratamento cirúrgico com remoção completa do tumor. |
Estudos mostram que apenas 1% dos pacientes que desenvolvem diabetes após os 50 anos será diagnosticado com câncer de pâncreas em um período de até três anos. Geralmente, o diabetes é diagnosticado nos primeiros seis meses após o diagnóstico do câncer de pâncreas.
Familiares com um parente em primeiro grau com quadro de câncer de pâncreas apresentam um risco 2,5 vezes maior do que o da população geral. Este risco aumenta para 6 vezes quando associado ao fumo. Em caso de dois parentes, o risco aumenta para 6,4 vezes e, com três parentes, para 32 vezes.
Todas as pessoas que desenvolvem diabetes a partir dos 40 anos devem fazer exames que investiguem o pâncreas. O mesmo devem fazer aqueles que apresentam dores ou desconfortos abdominais não esclarecidos e pacientes com história familiar de câncer do aparelho digestivo ou portadores das doenças preexistentes citadas acima. Os exames mais disponíveis e que devem ser realizados são ressonância nuclear magnética ou tomografia. |
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A ultrassonografia não serve para avaliação do pâncreas, pois sua sensibilidade e especificidade são baixas (50% a 70%). Tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética devem ser realizadas com contraste e apresentam sensibilidades semelhantes entre si e ao PET TC (Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons), de 85% a 100%.
O diagnóstico torna-se um pouco mais difícil quando há caso de pancreatite crônica e também um índice elevado de “falso negativo” quando tratam-se de tumores menores que um centímetro. A ecoendoscopia é o método mais sensível para pequenos tumores.
Os estágios do adenocarcinoma – nomenclatura médica do câncer – de pâncreas se dividem em:
- Localizado (tratado com ressecação – intervenção cirúrgica – e quimioterapia adjuvante, aquela realizada após a retirada do tumor);
- Localmente avançado (tratado com quimio-radioterapia neoadjuvante – realizada antes da remoção do tumor com intuito de reduzi-lo – com cirurgia);
- Metastático (tratado com quimioterapia sistêmica, realizada via corrente sanguínea e distribuída por todo o corpo).
O câncer de pâncreas, mais frequentemente representado pelo tipo histológico chamado de adenocarcinoma, é um dos tumores mais agressivos ao corpo humano. Sua incidência varia de três a 13 casos a cada 100 mil habitantes e a doença é mais comum em homens. Por ano, cerca de 250 mil pessoas morrem desse tipo de câncer em todo o mundo.
Tércio Genzini é hepatologista. Contatos E-mail: [email protected] Redes Sociais Facebook: https://www.facebook.com/consultoriodrterciogenzini/ |