Quando falamos em “diversidade humana” não estamos falando de uma minoria. Não estamos falando de algo novo, um modismo. E tampouco existe uma conotação negativa vinculada a este conceito. Este artigo procura desmistificar questões que algumas pessoas, por desconhecerem informações sobre o assunto, acabam taxando, rotulando e até criando condições de exclusão em relação a um grupo social ou outro.
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Comecemos pelo começo. A humanidade é diversa e ponto. Isso não deveria soar como novidade e nem pegar ninguém de surpresa. No mundo, somos mais de 8 bilhões de almas, cada uma diferente da outra. Até irmãos gêmeos não são iguais. Podem até ter muitas semelhanças físicas, mas certamente cada um tem sua própria alma, suas vontades e pensamentos próprios. |
Desde que o mundo é mundo, várias “tribos” coexistiram. Nem sempre de forma pacífica, é verdade. Mas o universo sempre insistiu que nós, seres humanos, pudéssemos ter um olhar fraterno e respeitoso pelas diferenças e continuou a povoar o planeta com pessoas únicas. A grande questão é que, ao longo da história, teimamos em enxergar apenas as diferenças dos outros e não às nossas. E isso explica em boa parte a existência de uma evolução humana pautada em guerras e mais guerras. Quanto sangue já foi derramado por não aceitarmos as diferenças? Teria sido menos doloroso se tivéssemos aceitado o fato de que somos diferentes também! Não me refiro apenas às diferenças mais óbvias, como a cor da pele, alguma deficiência, crenças religiosas ou orientação afetiva. Isso também, não se resume a isto. Quando falamos em diversidade humana, há de se considerar uma gama infinita de diferenças, que vão muito além daquelas que primeiramente nos vêm à mente. Bagagem cultural, hábitos alimentares, jeito de se vestir, sotaque, tipo de cabelo, estatura… Tudo isso (e muito mais) compõe a nossa rica diversidade.
É importante se dizer que toda essa pluralidade tem impacto significativo na qualidade das nossas relações. Imagine como o mundo seria chato e monótono se todos fôssemos exatamente iguais, falando as mesmas coisas e nos comportando exatamente da mesma forma. Seríamos robôs! As diferenças nos complementam e nos fazem uma grande aldeia global com um único propósito: de sermos felizes e pessoas melhores.
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Desde os primeiros anos da história da humanidade no planeta Terra, já havia diversidade. A começar pela existência de diferentes continentes, cada um com suas propriedades em termos de temperatura, vegetação e geografia determinaram as características das inúmeras famílias, depois tribos e finalmente civilizações que se formaram e se desenvolveram ao longo dos séculos. |
Além disso, o próprio deslocamento de civilizações inteiras à procura de melhores condições de vida seguido aceleraram a miscigenação entre raças e a difusão de hábitos culturais. Tudo isso deu origem a uma variedade incontável de tipos de pessoas. E esse fenômeno nunca parou. E nunca vai parar! Será então que não está mais que na hora de aprendermos a conviver em sociedade? Violência não resolve. A historia de nossos ancestrais já nos provou isso. Ignorar ou excluir também não vai servir. Fazer piada ou ironias, muito menos.
Quando passarmos a nos considerar parte da solução do problema, a coisa toda mudará de figura. Ver as diferenças dos outros, sabendo que eles também veem as nossas será libertador e transformador. Já dizia Mahatma Gandhi: “seja a mudança que quer ver no mundo”. E isso passa obrigatoriamente em nos enxergarmos como diversidade humana. Pense nisso.
Rodrigo Credidio é consultor, palestrante e sócio-fundador da Good Bros Acessibilidade & Inclusão. |