Esse é o título de uma de minhas palestras (a caminho de virar livro), que tem esclarecido várias dúvidas, das nossas pacientes, sobre Sexo.
Não é incrível como algo tão simples pode nos dar, não só prazer, mas tantas outras coisas, tão boas? Mas, mesmo pessoas muito experientes, às vezes desconhecem informações essenciais – e muito valiosas – sobre o sexo e, nesse caso, ele pode acabar sendo a causa de muitos problemas.
Ao conhecermos, de verdade, a pessoa com quem nos relacionamos, a nossa sexualidade e o sexo, (ou seja, quando realmente sabemos “o que é”, “para o quê serve” e “como funciona” o sexo) podemos não só melhorar nosso relacionamento, mas lidar melhor com a nossa saúde e a nossa vida.
A questão é que o problema já começa aí: não é fácil definir “o que é Sexo”. Existem tantas definições, e tão diferentes, que alguém poderia passar horas tentando e, ainda assim, não ter sucesso. Isso é tão interessante que, há 20 anos, em um episódio famoso, o presidente Clinton negou ter tido relações sexuais com a estagiária Lewinsky e, depois, tentou justificar a mentira, valendo-se, para isso, do fato de que não existiriam “definições claras” sobre esse assunto.
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Em uma publicação de 2004, Lerner e Steinberg afirmaram que os pesquisadores “raramente discutem sobre como eles definem o sexo ou mesmo se eles próprios possuem divergências na definição do termo”.
Em uma consulta à Wikipédia, encontramos, logo de início, que: “Sexo é o conjunto de características estruturais e funcionais segundo os quais um ser vivo é classificado como macho ou fêmea”, em uma clara alusão aos gêneros, masculino ou feminino. Já no Aurélio, encontramos que Sexo é a “Diferença física ou conformação especial que distingue o macho da fêmea”; ou o “Conjunto de indivíduos que têm o mesmo sexo” ou a “Relação sexual”.
Mas, mesmo se nos limitarmos à tentativa de definir apenas a “relação sexual”, não fica mais fácil: podemos encontrar desde algo como “a ação física de união entre os órgãos sexuais”, até a “uma expressão de amor e intimidade emocional”.
Como só é possível estruturar um trabalho, a partir de algum conceito, ele é fundamental. Nesse caso, entretanto, isso acaba se tornando, no fim, uma questão de escolha. Pelas circunstâncias do nosso trabalho, que é focado tão-somente em mulheres, achamos que o mais natural seria usar a definição de sexo – como relação sexual – que é ensinada pela Tradição. Ela diz que “Sexo é o encontro da Polaridade sexual: a fusão do masculino com o feminino”.
É a partir dessa definição, que podemos trabalhar, com as nossas pacientes, o valor do feminino na relação, como lidar com as diferenças, determinadas pela polaridade e a complementaridade entre o casal.
Seria maravilhoso se pudéssemos abordar, apenas nesse artigo, cada uma das três perguntas que fizemos no começo, com a profundidade que gostaríamos, mas na realidade, isso não é possível. Então, vamos passar logo ao próximo passo: “para o quê serve” o Sexo?
Quando desenvolvemos uma visão tridimensional do mundo, e vemos o Sexo de uma forma mais ampla e profunda do que apenas a relação sexual, podemos perceber que o sexo tem 3 finalidades primordiais, das quais muitos só conhecem, ou entendem, as duas primeiras: prazer, procriação e transcendência.
O prazer contempla, principalmente, a própria pessoa; a procriação, visa sobretudo, os interesses da sociedade (a preservação da espécie).
Já a transcendência ou o sexo espiritual é o que se pode entrever nos versos de Platão, que definiu sexo transcendente como “Um delírio divino, uma dança sagrada, conduzida num fluir tranquilo e suave, uma ondulação interminável na qual os corpos fazem apenas o que deve ser feito um para ou outro, levando-os além da fronteira do êxtase na direção do plano sutil da experiência mística.” A Tradição vê o sexo como um caminho de evolução, um instrumento para nos levar da Polaridade, macho – fêmea, para a Unidade, a plenitude, a união com o Todo. O Sexo Tântrico, real, é parte desse propósito.
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A
É uma pena, mas acho que já deu para perceber que esse tema é mesmo tão complexo, que não caberia apenas em um único artigo…
Eu espero que, nesse dia do Sexo (06/09), você tenha uma pessoa muito especial, com quem possa comemorar. Mas, em último caso, se você quiser pensar sobre o assunto, fica aqui uma dúvida intrigante: porque será que o dia do sexo é diferente do dia do Orgasmo?
Dra. Hebe de Moura é médica psiquiatra, terapeuta alternativa, escritora e palestrante. |
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